domingo, 4 de janeiro de 2009

Papéis e estatutos sociais

Texto
Papéis sociais e estatutos sociais
Por intermédio do processo de socialização, os indivíduos aprendem os seus papéis sociais – expectativas socialmente definidas seguidas pelas pessoas de uma determinada posição social. O papel social de “médico”, por exemplo, envolve um conjunto de comportamentos que devem ser seguidos por tudo e qualquer médico, independentemente das suas opiniões pessoais ou maneiras de ver. Na medida em que os médicos partilham este papel, é possível falar em termos genéricos de um modo de comportamento profissional dos médicos, independentemente dos indivíduos específicos que ocupam essas posições.
Alguns sociólogos vêem os papéis sociais como partes constantes e algo inalteráveis da cultura de uma sociedade. De acordo com esta perspectiva, os indivíduos aprendem as expectativas ligadas aos papéis e às posições sociais (estatutos) na cultura onde estão inseridos, desempenhando estes papéis em grande medida tal como foram definidos. Os papéis sociais não implicam negociação ou criatividade – pelo contrário, condicionam e orientam o comportamento dos indivíduos. Através da socialização, os indivíduos interiorizam os papéis sociais a aprendem a desempenhá-los.
No entanto, este ponto de vista está errado. Sugere que os indivíduos se limitam a desempenhar papéis, sem intervirem na sua criação e negociação. Na verdade, a socialização é um processo pelo qual os seres humanos se tornam agentes. Eles não são simplesmente sujeitos passivos à espera de serem instruídos ou programados. Os indivíduos concebem e assumem papéis sociais, no decurso de um processo de interacção social.
Os sociólogos gostam também de fazer a distinção entre estatuto atribuído e estatuto adquirido. O primeiro é um estatuto que é atribuído ao indivíduo com base em factores biológicos, como a raça, o sexo ou a idade. Desta forma, “negro”, “mulher” ou “adolescente” são exemplos de estatutos atribuídos. Um estatuto adquirido é um estatuto que as pessoas ganham com o seu próprio esforço, como, por exemplo. “licenciado”, “atleta” ou “funcionário”.
Apesar de gostarmos de acreditar que os estatutos adquiridos são os mais importantes, a sociedade pode provar o contrário. Seja em que sociedade for, alguns estatutos têm prioridade sobre todos os outros, determinando em traços em traços gerais a posição geral de um indivíduo na sociedade. Os sociólogos chamam a isto estatuto primordial. Os estatutos primordiais mais comuns são aqueles que se baseiam no género e na raça. Os sociólogos demonstraram já que, num encontro entre pessoas que não se conhecem, uma das primeiras coisas em que se repara é no género e na raça. Giddens, A. Sociologia (2004: 29 e segs.)
Pedidos:
a) Analise e elabore uma síntese do texto, focando os seguintes aspectos:
o Processo de socialização, papel social e estatuto social;
o Estatuto atribuído e estatuto adquirido.
b) Individualmente, elabore um guião de uma entrevista, a aplicar a alguns dos seus amigos, no sentido de recolher informações sobre:
o Traços culturais (gostos, tipos de vestuário, linguagem, etc.) identificativos do grupo a que pertencem;
o Actividades que habitualmente desenvolvam em conjunto.
c) Após o tratamento da informação, serão debatidas as conclusões na turma.

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