sábado, 27 de dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Interacção no tempo e no espaço

“A interacção no tempo e no espaço”
“A vida social está dividida em zonas no tempo e no espaço. Tome-se o exemplo de uma residência particular. Uma habitação moderna está dividida em quartos, corredores e pisos, se houver mais que de um andar.
Estes vários espaços da casa não só são áreas separadas fisicamente, como também áreas demarcadas no tempo. A sala de estar e a cozinha são normalmente usadas durante o dia, enquanto os quartos o são à noite. A interacção que tem lugar nestas várias áreas é delimitada simultaneamente por divisões de tempo e de espaço. Algumas zonas de casa formam as áreas de retaguarda, na medida em que as «actuações» têm lugar noutras. Por vezes, toda a casa pode transformar-se numa área de retaguarda”. Giddens, A. (2004).
Comente o texto enquadrando a interacção social no espaço e no tempo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Interacção Social (video)

Interacção Social

Texto “Quando duas ou mais pessoas, desconhecidas entre si, se cruzam por breves momentos, ao entrarem, por exemplo, no mesmo elevador, em regra tomam uma atitude corporal e, durante o percurso, fixam o tecto, o chão ou a porta, procurando evitar que os olhares se cruzem por mais de um instante. De outro modo, a situação arrisca-se a tornar-se bastante constrangedora ou então desencadeia-se uma passagem para outro tipo de processo interactivo. É claro que a situação muda de figura se surge dois conhecidos. Nesse caso cumprimentam-se, trocam impressões, olham-se directamente de forma prolongada, com toda a naturalidade. Além disso, podem conversar ao longo de alguns minutos sem prestar grande atenção às outras pessoas que ocupam em simultâneo aquele espaço confinado. Dentro de certos limites temáticos falam um com o outro, como se não estivesse ali mais ninguém, ignorando as outras pessoas presentes. Isto é, comportam-se como se tivessem construído à sua volta uma redoma social da qual os outros estão excluídos”. Costa, A. F. (1994). Sociologia. Lisboa: Difusão Cultural.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Nojood, 10 anos, divorciou-se e agora é Woman of the Year 2008

http://www.newstin.com.pt/tag/pt/87765372
Mais de 50 por cento das meninas casam-se antes dos 18 anos Nojood, 10 anos, divorciou-se e agora é Woman of the Year 2008 A revista Glamour descreveu-a como "a mais célebre divorciada" do mundo, mas não foi por isso que a distinguiu, esta semana, como uma das dez Women of the Year 2008. Nojood Mohammed Ali, de dez anos, viajou de Sanaa, capital do Iémen, até Nova Iorque, para partilhar o prémio com Hillary Clinton, Condoleezza Rice ou Nicole Kidman por ter aberto o caminho às meninas que querem libertar-se de casamentos forçados. Quando pisou o palco do Carnegie Hall, no dia 10, acompanhada da sua advogada Shada Nasser (também ela premiada), Nojood Ali irradiava luz, com uma túnica tradicional violeta e uma bandelette amarela a segurar longos cabelos negros. Impressionou pela timidez e valentia que fizeram dela a mais jovem...
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1349954

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Uma "estória" de etnocentrismo

PENSANDO EM PARTIR[1]
Everardo P. Guimarães Rocha
Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.
Perguntar sobre o que é etnocentrismo é, pois, indagar sobre um fenômeno onde se misturam tanto elementos intelectuais e racionais quanto elementos emocionais e afetivos. No etnocentrismo, estes dois planos do espírito humano – sentimento e pensamento – vão juntos compondo um fenômeno não apenas fortemente arraigado na história das sociedades, como também facilmente encontrável no dia-a-dia das nossas vidas.
Assim, a colocação central sobre o etnocentrismo pode ser expressa como a procura de sabermos os mecanismos, as formas, os caminhos e razões, enfim; pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamentos, imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós. Este problema não é exclusivo de uma determinada época nem de uma única sociedade. Talvez o etnocentrismo seja, dentre os fatos humanos, um daqueles de mais unanimidade.
Como uma espécie de pano de fundo da questão etnocêntrica temos a experiência de um choque cultural. De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses da mesma forma, empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente. Aí, então, de repente, nos deparamos com um “outro”, o grupo do “diferente” que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro” também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe.
Este choque gerador do etnocentrismo nasce, talvez, na constatação das diferenças. Grosso modo, um mal-entendido sociológico. A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural. O monólogo etnocêntrico pode, pois, seguir um caminho lógico mais ou menos assim: Como aquele mundo de doidos pode funcionar? Espanto! Como é que eles fazem? Curiosidade perplexa? Eles só podem estar errados ou tudo o que eu sei está errado! Dúvida ameaçadora?! Não, a vida deles não presta, é selvagem, bárbara, primitiva! Decisão hostil!
O grupo do “eu” faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível. Este processo resulta num considerável reforço da identidade do “nosso” grupo. No limite, algumas sociedades chama-se por nomes que querem dizer “perfeitos”, “excelentes” ou, muito simplesmente, “ser humano” e ao “outro”, ao estrangeiro, chamam, por vezes, de “macacos da terra” ou “ovos de piolho”. De qualquer forma, a sociedade do “eu” é a melhor, a superior. É representada como o espaço da cultura e da civilização por excelência. É o espaço da natureza. São os selvagens, os bárbaros. São qualquer coisa menos humanos, pois, estes somos nós. O barbarismo evoca a confusão, a desarticulação, a desordem. O selvagem é o que vem da floresta, da selva que lembra, de alguma maneira, a vida animal. O “outro” é o “aquém” ou o “além”, nunca o “igual” ao “eu”.
O que importa realmente, neste conjunto de idéias, é o fato de que, no etnocentrismo, uma mesma atitude informa os diferentes grupos. O etnocentrismo não é propriedade, como já disse, de uma única sociedade, apesar de que, na nossa, revestiu-se de um caráter ativista e colonizador com ao mais diferentes empreendimentos de conquista e destruição de outros povos.
A atitude etnocêntrica tem, por outro lado, um correlato bastante importante e que talvez seja elucidativo para a compreensão destas maneiras exacerbadas e até cruéis de encarar o “outro”. Existe realmente, paralelo à violência que a atitude etnocêntrica encerra, o pressuposto de que o “outro” deva ser alguma coisa que não desfrute da palavra para dizer algo de si mesmo.
Creio que é necessário examinar isto melhor e vou fazê-lo através de uma pequena estória que me parece exemplar.
Ao receber a missão de ir pregar junto aos selvagens um pastor se preparou durante dias para vir ao Brasil e iniciar no Xingu seu trabalho de evangelização e catequese. Muito generoso, comprou para os selvagens contas, espelhos, pentes, etc.; modesto, comprou para si mesmo apenas um moderníssimo relógio digita2 capaz de acender luzes, alarmes, fazer contas, marcar segundos, cronometrar e até dizer a hora sempre absolutamente certa, infalível. Ao chegar, venceu as burocracias inevitáveis e, após alguns meses, encontrava-se em meio às sociedades tribais do Xingu distribuindo seus presentes e sua doutrinação. Tempos depois, fez-se amigo de um índio muito jovem que o acompanhava a todos os lugares de sua pregação e mostrava-se admirado de muitas coisas, especialmente do barulhento, colorido e estranho objeto que o pastor trazia no pulso e consultava freqüentemente. Um dia, por fim, vencido por insistentes pedidos, o pastor perdeu seu relógio dando-o, meio sem jeito e a contragosto, ao jovem índio.
A surpresa maior estava, porém, por vir. Dias depois, o índio chamou-o apressadamente para mostrar-lhe, muito feliz, seu trabalho. Apontando seguidamente o galho superior de uma árvore altíssima nas cercanias da aldeia, o índio fez o pastor divisar, não sem dificuldade, um belo ornamento de penas e conta multicores, e no centro o relógio. O índio queria que o pastor compartilhasse a alegria da beleza transmitida por aquele novo e interessante objeto. Quase indistinguível em meio às penas e contas e, ainda por cima, pendurado a vários metros de altura, o relógio, agora mínimo e sem nenhuma função, contemplava o sorriso inevitavelmente amarelo no rosto do pastor. Fora-se o relógio.
Passados mais alguns meses o pastor também se foi de volta para casa. Sua tarefa seguinte era entregar aos superiores seus relatórios e, naquela manhã, dar uma ultima revisada na comunicação que iria fazer em seguida a seus colegas em um congresso sobre evangelização. Seu tema: “A catequese e os selvagens”. Levantou-se, deu uma olhada no relógio novo, quinze para as dez. era hora de ir. Como que buscando uma inspiração de última hora examinou detalhadamente as paredes do seu escritório. Nelas, arcos, flechas, tacapes, bordunas, cocares, e até uma flauta formavam uma bela decoração. Rústica e sóbria ao mesmo tempo, trazia-lhe estranhas lembranças. Com o pé na porta ainda pensou e sorriu para si mesmo. Engraçado o que aquele índio fizera com o seu relógio.
Esta estória, não necessariamente verdadeira, porém, de toda a evidência, bastante plausível, demonstra alguns dos importantes sentidos da questão do etnocentrismo.
Em primeiro lugar, não é necessário ser nenhum detetive ou especialista em Antropologia Social (ou ainda pastor) para perceber que, neste choque de culturas, os personagens de cada uma delas fizeram, obviamente, a mesma coisa. Privilegiaram ambos as funções estéticas, ornamentais, decorativas de objetos que, na cultura do “outro”, desempenhavam funções que seriam principalmente técnicas. Para o pastor, o uso inusitado do seu relógio causou tanto espanto quanto causaria ao jovem índio conhecer o uso que o pastor deu a seu arco e flecha. Cada um “traduziu” nos termos de sua própria cultura o significado dos objetos cujo sentido original foi forjado na cultura do “outro”. O etnocentrismo passa exatamente por um julgamento do valor da cultura do “outro”. O etnocentrismo passa exatamente por um julgamento do valor da cultura do “outro” nos termos da cultura do grupo do “eu”.
Em segundo lugar, essa estória representa o que se poderia chamar, se isso fosse possível, de um etnocentrismo “cordial”, já que ambos – o índio e o pastor – tiveram atitudes concretas sem maiores conseqüências. No mais das vezes, o etnocentrismo implica uma apreensão do “outro” que se reveste de uma forma bastante violenta. Como já vimos, pode colocá-lo como “primitivo”, como “algo a ser destruído”, como “atraso ao desenvolvimento”, (fórmula, aliás, muito comum e de uso geral no etnocídio, na matança dos índios).
Assim, por exemplo, um famoso cientista do início do século, Hermann von Ihering, diretor do Museu Paulista, justificava o extermínio dos índios Caingangue por serem um empecilho ao desenvolvimento e à colonização das regiões do sertão que eles habitavam. Tanto no presente como no passado, tanto aqui como em vários outros lugares, a lógica do extermínio regulou, infinitas vezes, as relações entre a chamada (civilização ocidental”, tristemente exemplar, de uma criança, de um grande centro urbano que, de tanto ouvir absurdos sobre o índio, seja em casa, seja nos livros didáticos, seja na indústria cultural, acabou por defini-los dizendo: “o índio é o maior amigo do homem”.
Em terceiro lugar, a estória ainda ensina que o “outro” e sua cultura, da qual falamos na nossa sociedade, são apenas uma representação, uma imagem distorcida que é manipulada como bem entendemos. Ao “outro” negamos aquele mínimo de autonomia necessária para falar de si mesmo. Tudo se passa como se fôssemos autores de filmes e livros de ficção científica onde podemos falar e pensar o quanto é cruel, grotesca e monstruosa uma civilização de marcianos que capturou nosso foguete. Também, porque somos os autores destes filmes e livros, nada nos impede de criarmos um marciano simpático, inteligente e superpoderoso que com incrível perícia salva a Terra de uma co1lisao fatal com um meteoro gigante. Claro, como o marciano não diz nada, posso falar dele o que quiser.
Assim, de um ponto de vista do grupo do “eu”, os que estão de fora podem ser brabos e traiçoeiros bem como mansos e bondosos. Aliás, “brabos” e “mansos” são dois termos que muitas vezes foram empregados no Brasil para designar o “humor” de determinados animais e o “estado” de varias tribos de índios ou de escravos negros.
A figura do louco, por exemplo, na nossa sociedade, é manipulada por uma série de representações que oscilam entre estes dois pólos, sendo denegrida ou exaltada – como o marciano – ao sabor das intenções que se tenha. Isto não só ao longo da história, mas também em diferentes contextos no presente. A expressão “fulano é muito louco” pode ser elogiosa em certos casos e pejorativa em outros. Em alguns momentos da história o louco foi acorrentado e torturado, em outros, foi portador de uma palavra sagrada e respeitada.
Aqueles que são diferentes do grupo do eu – os diversos “outros” deste mundo – por não poderem dizer algo de si mesmos, acabam representados pela ótica etnocêntrica e segundo as dinâmicas ideológicas de determinados momentos.
Na nossa chamada “civilização ocidental”, nas sociedades complexas e industriais contemporâneas, existem diversos mecanismos de reforço para o seu estilo de vida através de representações negativas do “outro”. O caso dos índios brasileiros é bastante ilustrativo, pois alguns antropólogos estudiosos do assunto já identificaram determinadas visões básicas, determinados estereótipos, que são permanentemente aplicados a estes índios.
Eu mesmo realizai, há alguns anos, um estudo sobre as imagens do índio nos livros didáticos de História do Brasil. Estes livros têm importância fundamental na formação de uma imagem do índio, pis são lidos e, mais ainda, estudados por m milhões de alunos pré-universitários nos mais diversos recantos do país. Alguns destes livros alcançam tiragens altíssimas e já tiveram mais de duzentas edições. Através deles circula um “saber” altamente etnocêntrico – honrosas exceções – sobre os índios.
Os livros didáticos, em função mesmo do seu destino e de sua natureza, carregam um valor de autoridade, ocupam um lugar de supostos donos da verdade. Sua informação obtém este valor de verdade pelo simples fato de que quem sabe seu conteúdo passa nas provas. Nesse sentido, seu saber tende a ser visto como algo “rigoroso”, “sério” e “científico”. Os estudantes são testados, via de regra, em face do seu conteúdo, o que faz co que as informações neles contidas acabem se fixando no fundo da memória de todos nós. Com ela se fixam também imagens extremamente etnocêntricas.
Alguns livros colocavam que os índios eram incapazes de trabalhar nos engenhos de açúcar por serem indolentes e preguiçosos. Ora, como aplicar adjetivos tais como “indolente” e “preguiçoso” a alguém, um povo ou uma pessoa, que se recuse a trabalhar como escravo, numa lavoura que não é a sua, para a riqueza de um colonizador que nem sequer é seu amigo: antes, muito pelo contrário, esta recusa é, no mínimo, sinal de saúde mental.
Outro fato também interessante é que um número significativo de livros didáticos começa com a seguinte informação: os índios andavam nus. Este “escândalo” esconde, na verdade, a nossa noção absolutizada do que deva ser uma roupa e o que, num corpo, ela deve mostrar e esconder. A estória do nosso amigo missionário serviu para a constatação das dificuldades de definir o sentido de um objeto – o relógio ou o arco – fora dos seus contextos culturais. Da mesma maneira, nada garante que os índios andem nus a não ser a concepção que eles mesmos teriam de nudez e vestimenta.
Assim, como o “outro” é alguém calado, a quem não é permitido dizer de si mesmo, mera imagem sem voz, manipulado de acordo com desejos ideológicos, o índio é, para o livro didático, apenas uma forma vazia que empresta sentido ao mundo dos brancos. Em outras palavras, o índio é “alugado” na História do Brasil para aparecer por três vezes m três papeis diferentes.
O primeiro papel que o índio representa é no capítulo do descobrimento. Ali, ele aparece como “selvagem”, “primitivo”, “pré-histórico”, “antropófago”, etc. isto era para mostrar o quanto os portugueses colonizadores eram “superiores” e “civilizados”.
O segundo papel do índio é no capítulo da catequese. Nele o papel do índio é o de “criança”, “inocente”, “infantil”, “almas virgens”, etc., para fazer parecer que os índios é que precisavam da “proteção” que a religião lhes queria impingir.
O terceiro papel é muito engraçado. É no capítulo “Etnia brasileira”. Se o índio já havia aparecido como “selvagem” ou “criança”, como iriam falar de um povo – o nosso – formado por portugueses, negros e “selvagens”? Então aparece um novo papel e o índio, num passe de mágica etnocêntrica, vira “corajoso”, “altivo”, cheio de “amor à liberdade”.
Assim são as sutilezas, violências, persistências do que chamamos etnocentrismo. Os exemplos se multiplicam nos nossos cotidianos. A “indústria cultural” – TV, jornais, revistas, publicidade, certo tipo de cinema, rádio – está freqüentemente fornecendo exemplos de etnocentrismo. No universo da indústria cultural é criado sistematicamente um enorme conjunto de “outros” que servem para reafirmar, por oposição, um a serie de valores de um grupo dominante que se autopromove a modelo de humanidade.
Nossas próprias atitudes frente a outros grupos sociais com os quais convivemos nas grandes cidades são, muitas vezes, repletas de atitudes etnocêntricas. Rotulamos e aplicamos estereótipos através dos quais nos guiamos para o confronto cotidiano com a diferença. As idéias etnocêntricas que temos sobre as “mulheres”, os “negros”, os “empregados”, os “paraíbas de obra”, os “colunáveis”, os “doidões”, os “surfistas”, as “dondocas”, os “velhos”, os “caretas”, os “vagabundos”, os gays e todos os demais “outros” com os quais temos familiaridade, são uma espécie de “conhecimento” um “saber” baseado em formulações ideológicas, que no fundo transforma a diferença pura e simples num juízo de valor perigosamente etnocêntrico.
Mas, existem idéias que se contrapõem ao etnocentrismo. Uma das mais importantes é a da relativização. Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição: estamos relativizando. Quando compreendemos o “outro” nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando. Enfim, relativizar é ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de ter um fim ou uma transformação. Ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Ver que a verdade está mais no olhar que naquilo que é olhado. Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença.
A nossa sociedade já vem, há alguns séculos, construindo um conhecimento ou, se quisermos, uma ciência sobre a diferença entre os seres humanos. Esta ciência chama-se Antropologia Social. Ela, como de resto quase todas as atitudes que temos frente ao “outro”, nasceu marcada pelo etnocentrismo. Ela também possui o compromisso da procura de superá-lo. Diferentemente do saber de “senso comum”, o movimento da Antropologia é no sentido de ver a diferença como forma pela qual os seres humanos deram soluções diversas a limites existenciais comuns. Assim, a diferença não se equaciona com a ameaça, mas com a alternativa. Ela não é uma hostilidade do “outro”, mas uma possibilidade que o “outro” pode abrir para o “eu”.


[1] Everardo P. Guimarães Rocha. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1999. Col. Primeiros Passos. Pp. 7-22.

Etnocentrismo Cultural

http://sagaz.wordpress.com/2008/08/03/etnocentrismo-e-a-super-valorizacao-de-um-grupo/
O conceito de etnocentrismo parte do estudo do estudo do grande choque e da grande estranheza que se dá no encontro de dois ou mais grupos diferentes. Surge, então, o grupo do "eu" e o grupo do "outro", tendo o primeiro como real, absoluta e principal referência e a segunda como algo exótico, excêntrico, anormal, exuberante e primitivo.No contexto do Descobrimento da América, a problematização dessa expressão se deu de forma mais grave, pois como o grupo do eu (colonizador) tinha o recurso da força das armas de fogo, se achou no direito de definir o grupo do outro (índio) segundo seus princípios e valores e exercer a grande dificuldade moral e intelectual que tinham de conviver com a diferença cultural, social e emocional deste povo, impondo que suas manifestações eram selvagens, esdrúxulas, antropófagas, pré-históricas e precisavam serem destruídas ou "civilizadas".Essa iniciativa causou em toda a história da formação do continente americano genocídios, pré-conceitos, preconceitos, manipulações ideológicas, julgamentos precipitados e sérias distorções culturais, comportamentais e educacionais na construção do conhecimento da trajetória do ameríndio na nossa "civilização ocidental", pois jamais lhe era dado o direito e o dever de falar de si e por si próprio, sendo sempre mau interpretado e estereotipado em filmes e livros didáticos ora como brabo, ora como manso, ora como preguiçoso, ora como incapaz, ora como bobo e nunca como ser pensante, inteligente dotado de cultura, tradições e costumes.Esta visão de mundo é o pontapé inicial para a construção de uma ciência que trabalhe a diferença entre os seres humanos de forma que essas mesmas diferenças não causem hostilidades e sim alternativas e possibilidades diversas à superação de limites existenciais comuns de abertura do "eu" para o "outro" ou vice-versa. Esta ciência é a "Antropologia" que através da teoria da relativização, criada após a teoria do evolucionismo (diferentes graus de evolução de grupos sociais no processo progressivo do desenvolvimento humano), se preocupou em refletir sobre o conceito de cultura e descentralizar qualquer tipo de ideologia, apresentando aspectos, nuanças e características na abertura da multiplicidade de pontos de vista, soluções e perguntas sobre o saber científico.

domingo, 9 de novembro de 2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Valores, normas e comportamentos

Socialização e cultura: valores, normas e comportamentos
Se é a partilha de um padrão de cultura comum que garante o entendimento dos indivíduos entre si no seu quotidiano, então é necessário que todos os membros de qualquer grupo social conheçam o seu padrão de cultura. A esse processo de ensino-aprendizagem da cultura de um grupo social chamamos socialização. É um processo permanente que começa quando o indivíduo nasce e só termina com a sua morte, sendo particularmente importante nos primeiros anos (socialização primária). A criança aprende desde cedo, normalmente, com a família a comportar-se como membro da sua comunidade; mais tarde, a escola, os amigos e os meios de comunicação social completarão esse processo de ensino-aprendizagem (socialização secundária) que se irá prolongar com a aprendizagem de muitos outros comportamentos, consoante os grupos por onde os indivíduos forem passando.
Valores (sua relatividade) e coesão social
Na base de toda a cultura estão os valores que são concepções gerais do “bem”. Os valores são relativos – cada grupo social e cada cultura tem os seus, havendo, necessariamente, uma área comum a todos os povos. Valores como a justiça, a beleza, a lealdade, são, certamente, comuns a todas as comunidades, podendo, todavia, ser interpretados de modo diferente. O conceito de beleza africana não coincide com o da beleza oriental, por exemplo.
Os valores, ao serem referências para os indivíduos, dão origem a modelos de comportamento que se transformarão, por sua vez, em normas ou regras que orientarão as condutas sociais ou as relações existentes na vida dos povos. Assim, valores, modelos de comportamento, normas e prática social ou acção social constituem a génese da nossa vida em sociedade. São os valores e os modelos que garantem a previsibilidade do nosso comportamento em sociedade e dão estabilidade e coesão à vida social.
Hábitos e tradições populares (folkways)
A vida social em todos os lugares é cheia de problemas – como extrair os recursos da Natureza, como dividir os frutos do trabalho ou da boa sorte, como nos relacionamos agradavelmente uns com os outros, e muitos mais.
Os seres humanos procuraram ao longo dos tempos diversas formas de como relacionarem-se e procuram passar a gerações que se sucedem, muitas vezes por meio de ensaio, erro, puro acidente ou por alguma influência desconhecida, uma dada maneira normal de atender a uma determinada necessidade.
Quando isso é passado a gerações que se sucedem e torna-se uma das maneiras de fazer do povo, diz-se que é um folkway.
Folkays são, assim, simplesmente, as maneiras normais e habituais de um grupo fazer as coisas. São seus exemplos, o apertar de mãos, o comer com garfos e facas, usar gravatas em certas ocasiões ou conduzir do lado direito de uma via.
Nota: explorar os textos das páginas 77 e 78 do livro adoptado.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Socialização e Cultura

Socialização e Cultura
“A andorinha faz o seu ninho da mesma forma como há milhões de anos; o castor faz as suas “barragens” utilizando os mesmos processos desde o seu aparecimento na terra; o leão caça da mesma maneira desde que surgiu à face do mundo. Nunca quaisquer destes animais aprenderam a fazer o seu ninho, as suas “barragens” ou até o simples andar. Nascem “aprendidos”, actuam e comportam-se por aquilo que se denomina instinto.
O Homem, pelo contrário, quando nasce começa do nada. Nasce “nu”. Tem de aprender tudo e tem de ir, a pouco e pouco, integrando-se no que o rodeia. Vai revestindo a sua “nudez” paulatinamente”. – Mesquitela Lima, A. Introdução à Antropologia Cultural.
1 - Explicite em que consiste o processo de socialização.
2 - Cada sociedade terá apenas uma cultura?
3 - Como se diferencia a socialização da doutrinação ou da lavagem ao cérebro?
Socialização: é o processo através do qual as crianças, ou outros novos membros da sociedade, aprendem o modo de vida da sociedade em que vivem. Este processo constitui o principal canal de transmissão da cultura através do tempo e das gerações.
Cultura: é um conjunto complexo e articulado de normas, crenças e valores que condicionam o horizonte espiritual dos seres humanos, bem como as realizações técnicas do grupo, conferindo a cada sociedade o seu aspecto original.
Elementos da cultura: a) Materiais; b) Imateriais ou espirituais

Socialização

http://translate.google.pt/translate?hl=pt-PT&sl=en&u=http://eawc.evansville.edu/&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3Dhttp://eawc.evansville.edu/%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DG

http://translate.google.pt/translate?hl=pt-PT&sl=en&u=http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3Dhttp://lcweb2.loc.gov/frd/cs/cshome.html%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DG

http://translate.google.pt/translate?hl=pt-PT&sl=en&u=http://www.intute.ac.uk/socialsciences/cgi-bin/search.pl%3Flimit%3D50%26subject%3Dsocialsciences%26restype%3D%25%26classnumber%3DAll%26term1%3Dmuseum%2520collections%26rank%3DTitle%26gateway%3DAll%2520social%2520sciences&sa=X&oi=translate&resnum=2&ct=result&prev=/search%3Fq%3Dwww.rdg.ac.uk/Instits/im/rural/hist.html%26hl%3Dpt-PThttp://eawc.evansville.edu/

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Questões de Revisão

Questões de Revisão
1 – A realidade social é:
a) Um todo complexo
b) Um todo divisível
c) O conjunto dos indivíduos de uma sociedade
d) Formada por vários grupos sociais
2 – O etnocentrismo cultural é um obstáculo ao conhecimento científico.
a) Verdadeira, porque valoriza a cultura dos grupos observados
b) Falsa, porque todos somos portadores de uma cultura
c) Verdadeira, porque o cientista, ao considerar a sua consulta como um referente, não está a ser neutro
d) Falsa, porque a investigação nas ciências sociais admite a interferência da cultura do investigador
3 – Estudar comportamentos de uma população extensa requer uma estratégia de investigação específica e técnicas adequadas. Então, o mais adequado será, respectivamente:
a) A estratégia de investigação intensiva e o inquérito por questionário
b) A estratégia de investigação extensiva e a análise de conteúdo
c) O inquérito por questionário e a investigação-acção
d) A estratégia de investigação extensiva e o inquérito por questionário
4 – A interdisciplinaridade justifica-se no domínio da investigação social. Esta afirmação é:
a) Verdadeira, porque a realidade social é complexa
b) Falsa, porque cada ciência tem o seu objecto próprio
c) Verdadeira, porque as conclusões são mais abundantes
d) Falsa, porque a realidade social é una

domingo, 19 de outubro de 2008

Novos campos de investigação

Novos campos de investigação
A Sociologia tem por objecto de estudo, os factos sociais. Para que um estudo possa ser abordado de uma forma aprofundada, a Sociologia em Geral serve-se do funcionamento da sociedade, da sua evolução, mudança social para a poder melhor estudar e compreender.
É neste campo que surgem as chamadas Sociologias Especializadas que permitem um estudo com mais profundidade sobre os aspectos particulares do domínio social. Como exemplos de Sociologias Especializadas temos, a Sociologia da Família, a Sociologia do Trabalho, a Sociologia da Educação, a Sociologia Urbana. A Sociologia das Religiões, etc.
Chave de leitura sobre as divisões da Sociologia:
Sociologia:
a) Sociologia Geral – teoria sociológica que tem por objecto as seguintes áreas de estudo:
 Conceitos fundamentais
 Sociologia dos grupos
 Organização e estrutura social
 Mudança Social
 Métodos e técnicas de investigação social
b) Sociologias Especializadas – teorias sociológicas que têm por objecto categorias específicas dos factos sociais:
 Sociologia da Família
 Sociologia Política
 Sociologia do Trabalho
 Sociologia da Educação
 Sociologia da Religião
 Sociologia Rural
 Sociologia Urbana
 Sociologia do Lazer
 Sociologia do Desvio
 Sociologia da Exclusão
 Sociologia da Discriminação
 Sociologia do Quotidiano
 (…)
O surgimento das várias Sociologias Especializadas justifica assim a existência da chamada Interdisciplinaridade que se identifica com a atitude metodológica que procura integrar o contributo de várias ciências (ou disciplinas) no sentido de encontrar uma explicação e um entendimento mais profundo da realidade social.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Modos de produção da informação em Sociologia

Modos de produção da informação em Sociologia – Técnicas
Dois processos para obter informação
 Partindo da Documentação já existente sobre o problema em causa
 Partindo da Observação dos fenómenos a estudar
Documento: é todo o objecto, escrito ou não escrito, que nos permite retirar informações sobre determinado fenómeno. O documento pode ser um texto escrito, um gráfico estatístico, um quadro, um filme, uma série televisiva ou o resultado de uma conversa.
Análise de conteúdo: é uma técnica que permite identificar ideias comuns relativamente a diversos tópicos no discurso dos entrevistados, nas notícias veiculadas pelos órgãos de informação, etc., a fim de lhes conferir um significado.
Observação: o conjunto das operações das quais o modelo de análise é confrontado com dados observáveis.
Tipos de observação: a) Directa – Observação participante – o investigador procede directamente à recolha de informações sem a intervenção dos observados. O que observa, como observa e interpreta os dados depende só do investigador; b) Indirecta – Observação não participante – o investigador dirige-se aos sujeitos para recolher a informação desejada. Os dados são obtidos indirectamente por meio de entrevistas ou inquéritos por questionário.
A Observação participante divide-se em: a) observação-participação – reportagem, reuniões, conferências, etc.; b) participação-observação – pode ser observação introspectiva e observação directa do objecto de estudo.
A Observação não participante pode assumir: a) Entrevista – é um procedimento de recolha de informações que utiliza a forma de comunicação verbal. Pode assumir as formas de: estruturadas, semi-estruturadas e não estruturadas ou directivas, semi-directivas e não directas; b) Inquérito por questionário – consiste em apresentar um conjunto predeterminado de perguntas à população ou a uma amostra representativa dessa população que constitui o universo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Investigação Social

A Investigação Social
Estratégia de Investigação: é seguir um procedimento reflectido, não aleatório, de modo que a estratégia utilizada se adeqúe ao estudo a realizar; é encontrar um método de trabalho que nos facilite o esclarecimento do real; é um projecto de trabalho em que a escolha, elaboração e organização dos processos de investigação variem com a pesquisa que em concreto queremos fazer.
Investigação Social: pode incluir trabalhos muito diferentes que irão desde pequenas investigações que permitam com mais nitidez conhecer determinados fenómenos sociais até investigações em profundidade que contribuam para fazer progredir os quadros conceptuais das ciências sociais. No entanto, o rigor posto em qualquer destes tipos de investigações deve ser o mesmo.
As etapas do procedimento (segundo Gaston Bachelard): resumiu o processo científico em algumas palavras: “o facto científico é conquistado (sobre os preconceitos), construído (pela razão) e verificado (nos factos) ”.
Principais estratégias de investigação: a) Intensiva (estudo de caso), quando se estuda um fenómeno em profundidade; b) Extensiva (estudo quantitativo), quando se tem em conta a quantidade de elementos, que se obtém sobre o fenómeno em estudo; c) Investigação-Acção (o investigador é também um dos indivíduos objecto de estudo), o investigador participa, com os investigados, na procura de soluções para o problema.
Público-alvo: constitui o conjunto de indivíduos sobre os quais assenta a nossa investigação.
Universo: é a totalidade dos indivíduos que constituem o nosso público-alvo.
Amostra: é um subconjunto do universo.
Na recolha da amostra podem ser utilizados dois métodos: a) Aleatório ou probabilístico; b) Quotas.
Método Aleatório: consiste em tirar ao acaso do universo o subconjunto ou amostra que irá “representar” a totalidade, que é impossível inquirir.
Método das Quotas: visa construir uma amostra que seja um “modelo” do universo, mas que importa, que respeite, a sua própria estrutura.
Etapas da Investigação
As etapas do procedimento:
 1.ª Etapa: A pergunta de partida. Formular a pergunta de partida, tendo o cuidado de respeitar:
o As qualidades de clareza
o As qualidades de exequibilidade
o As qualidades de pertinência
 2.ª Etapa: A exploração.
o As leituras: a) Seleccionar os textos; b) Ler com método; c) Resumir; d) Comparar – os textos entre si; os textos com as entrevistas
o As entrevistas exploratórias: a) Preparar-se para a entrevista; b) Encontrar-se com os peritos, testemunhas e outras pessoas implicadas; c) Adoptar uma atitude de escuta e de abertura; d) Descodificar os discursos
 3.ª Etapa: A problemática.
o Fazer o balanço das leituras e das entrevistas
o Estabelecer um quadro teórico
o Explicar a problemática retida
 4.ª Etapa: A construção
o Construir as hipóteses e o modelo, precisando:
 As relações entre os conceitos
 As relações entre as hipóteses
o Construir os conceitos, precisando:
 As dimensões
 Os indicadores
 5.ª Etapa: A observação
o Delimitar o campo de observação
o Conceber o instrumento de observação
o Testar o instrumento de observação
o Proceder à recolha das informações
 6.ª Etapa: A análise das informações
o Descrever e preparar os dados para a análise
o Medir as relações entre as variáveis
o Comparar os resultados esperados com os resultados observados
o Procurar o significado das diferenças
 7.ª Etapa: Conclusão
o Recapitular o procedimento
o Apresentar os resultados, pondo em evidência:
 Os novos conhecimentos
 As consequências práticas

Grupos de Trabalho

ANO LECTIVO
2008/2009
Sociologia – 12.º D
GRUPOS DE TRABALHO

GRUPO 1

Número Nome
1 Rita
6 Diana
14 Laura – porta voz
19 Raquel
20 Tânia Pimenta

GRUPO 2

Número Nome
3 Catarina
12 Hugo – porta voz
13 Joana
16 Marta
18 Nícia

GRUPO 3

Número Nome
4 Cristiano
5 Daniel
10 Flávio
15 Leonel – porta voz

GRUPO 4

Número Nome
7 Diogo Oliveira
9 Fábio
11 Francisco – porta voz

GRUPO 5

Número Nome
2 Andreia
8 Diogo Norte
17 Miguel – porta voz
21 Tânia Borges

domingo, 12 de outubro de 2008

Trabalho do 1.ª Tema da Unidade 2

Proposta de um trabalho de grupo sobre os comportamentos de risco na adolescência [Peso na nota final na 2.ª Unidade, do Tema I, 1/3 = 33,33 (%)]
Tema proposto: “Comportamentos de risco na adolescência/Estilos de vida”
Associados a comportamentos/consumos de risco, ou seja, comportamentos ligados à doença, aos acidentes e à violência.
Comportamentos ligados ao consumo de tabaco, de álcool, de estupefacientes, comportamento sexual de risco, não cumprimento de normas sociais diárias, marginalidade juvenil, não cumprimento de regras de trânsito, excesso de velocidade, constituem exemplos de possíveis objectos de estudo.

Bibliografia:
Cabral, Manuel Villaverde & Pais, José Machado (coord.) (1998). Jovens Portugueses de Hoje. Oeiras. Celta Editora.
Fernandes, António Teixeira e al. (1998). Práticas e Aspirações Culturais: Os estudantes da cidade do Porto. Porto. Edições Afrontamento.
Pais, José Machado (Coord.) (1998). Gerações e Valores na Sociedade Portuguesa Contemporânea. Lisboa. Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Quivy, Raymond & Campenhoudt (1008). Manual de Investigação em Ciências Sociais.Lisboa. Gradiva.
OUTROS

Sites a consultar:
 INE – Instituto Nacional de Estatística;
 Observatório Permanente da Juventude;
 Secretaria de Estado da Juventude.
 OUTROS.

Regras a cumprir para o trabalho de grupo:

Metodologia:
O trabalho será desenvolvido por cada grupo, na sala de aula. A recolha de dados será realizada fora da sala de aula, consoante o subtema escolhido pelo grupo.
No trabalho podem e devem ser utilizados: gráficos, tabelas, imagens, fotos, quadros, etc.

APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

Utilização de capa, de índice e bibliografia.
Número mínimo de páginas: 12 (doze).
Número máximo de páginas: 18 (dezoito).
Tipo de letra utilizado: Areal ou Times New Roman.
Tamanho de letra utilizado: 10.
Espaço entre linhas a utilizar: 1,5.
Os gráficos, tabelas, imagens, fotos e quadros utilizados, contam como corpo de trabalho.
Podem ser incluídos anexos, não contam como corpo de trabalho.
Observação: o não cumprimento de qualquer um destes pontos implica penalização na classificação final do trabalho.
AVALIAÇÃO

A avaliação constará do produto final apresentado, cujo peso é de 75% e de uma apresentação à turma, cujo peso é de 25%. Para a nota final contará com um peso de 33,33%.
Data de entrega final: 2008/11/28
BOM TRABALHO!
Grupos e subtemas:
Grupo 1 - "Comportamentos sexuais de risco"
Grupo 2 - "Comportamentos ligados ao consumo de tabaco, de álcool e de estupefacientes"
Grupo 3 - "Violência"
Grupo 4 - "Excesso de velocidade"
Grupo 5 - "Comportamentos de risco na adolescência - marginalidade juvenil"

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Fenómeno Social Total

Leia coma tenção o seguinte texto:
“O consumo parece ser, para os economistas, um acto de escolha voluntária, ainda que subordinado a constrangimentos orçamentais e às utilidades proporcionadas pelos bens equacionados. Para os sociólogos, o consumo é sempre algo mais do que a satisfação de uma necessidade. No entanto, a discussão em torno do consumo não representa uma confrontação irredutível entre as duas perspectivas”. J. M. Carvalho Ferreira e al. Entre a Economia e a Sociologia, Oeiras, Celta, 1996 (adaptado).
a) Defina o objecto de estudo descrito no texto.
b) Recorrendo ao texto, justifique que a realidade social é una mas decomponível em vários aspectos, consoante a perspectiva a estudar.
c) Demonstre a complexidade no domínio social.
d) Relacione a complexidade do social com a complementaridade das ciências sociais.
e) Qual poderia ser a abordagem sociológica do problema indicado no texto?
f) O consumo é um facto social. Indique as suas características e especifique-as para o fenómeno em causa.
g) Dê mais dois exemplos de fenómenos sociais que possam ser objecto de análise sociológica.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Noções e problemas sociológicos

Problemas sociológicos e regularidades sociais
A palavra “social” tem vários significados. Por exemplo, é o caso de vida social, significando “a vida em conjunto”.
Pode também utilizar-se o vocábulo “social”, que em sentido restrito identifica-se com situações relacionadas com os indivíduos, que socialmente, são mais desfavorecidos.
Assume ainda um outro significado, este mais identificado com o utilizado pela Sociologia. Neste caso, “social” refere-se à globalidade da sociedade e aos processos que dela decorrem.

O social e o sociológico
Não se deve confundir as duas expressões: social e sociológico.
“Social” refere-se a tudo o que é característico da vida em sociedade, sendo por isso, mais abrangente e generalista.
Entende-se que o fenómeno social pode ser analisado de acordo com a perspectiva de abordagem várias ciências específicas. Assim, se um fenómeno social for analisado sob a perspectiva da Sociologia, ele será um fenómeno sociológico, ora, esse fenómeno pode ser também, analisado sob a perspectiva da Economia, da Demografia, da Política, etc.

Teorias e meios de investigação
Noções:
“Teoria” entende-se como um enunciado que, tendo em conta as premissas de partida, explica e “encaixa” as situações reais. Quer isto dizer que o cientista constrói um “discurso analítico” que explica a realidade e permite prever a sua evolução.
“Estratégias de investigação” entende-se o processo de selecção de técnicas de pesquisa adequadas ao trabalho que vamos fazer, o controlo da sua utilização dos resultados obtidos depois de decidir, em função do objectivo do seu trabalho, se quer realizar um trabalho de investigação sobre uma grande população, procurando as tendências gerais dos seus comportamentos ou se quer realizar um trabalho em profundidade sobre uma amostra reduzida mas representativa da população.
“Técnicas” considera-se o conjunto de processos operativos ou operações simples, que nos permitem pesquisar algo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Objecto da Sociologia

Sociologia 12D – 2008/10/7
I - O objecto da Sociologia: os factos sociais (Durkheim); a acção social (Max Weber).
Facto social: é todo aquele facto que decorre da vida em sociedade (p. ex. casamento, divórcio, emigração, desemprego).
Factos sociais: são factos decorrentes da vida em sociedade e traduzem-se por maneiras gerais de agir, pensar e sentir “impostas” pela sociedade em que ocorrem.
Características dos factos sociais: relatividade, exterioridade e coercitividade.
 Relatividade (o acto de roubar, cumprimentar, saudar);
 Exterioridade (roupa que usamos – moda -, a alimentação que praticamos, comportamentos de grupo);
 Coercitividade (a sociedade impõe certos “modelos de comportamento”, “fardas” para os militares, certas “funções” ligadas ao género).
Acção social: é todo o comportamento humano ao qual o actor (indivíduo ou grupo) atribui um significado e um sentido que resulta e interfere na estrutura social.
II – Produção do conhecimento científico em Sociologia: senso comum e conhecimento científico.
 A tradição e o senso comum dizem que:
o A chegada das cegonhas relaciona-se com o nascimento dos bebés;
o As mãos frias correspondem a coração quente;
o O carácter de uma pessoa transparece no rosto;
o As gripes são causadas pelo frio e pelos pés molhados.
 A investigação científica e o conhecimento científico dizem que:
o Não existe correlação definida entre a chegada das cegonhas e o nascimento dos bebés;
o As mãos frias podem ser consequência da temperatura fria ou de má circulação sanguínea;
o Não existe correlação definida entre as características faciais e as da personalidade;
o As gripes são causadas por vírus, embora a exposição ao frio possa diminuir a resistência dos indivíduos.
III – Os principais obstáculos à produção do conhecimento científico são: o senso comum, a familiaridade com o social, a ilusão da transparência do social e as explicações de tipo naturalista, individualista e etnocentrista.
 Senso comum: “sempre foi assim”;
 Familiaridade com o social: “só sei que nada sei”;
 Ilusão da transparência do social: “é preciso ler nas entrelinhas” e “não tive sorte: não me saiu o euro milhões”;
 Naturalista: “fazer analogia da Sociologia com a Biologia (utilizando a metáfora do “corpo humano”);
 Individualista: “eu só compro o que quer” e “eu sou dono do meu próprio nariz”;
 Etnocentrista: “tudo o que não se adequa à «sua cultura» é mau, inferior, não civilizado, inculto, baixo”
TEXTO: “Acho que foi Descartes quem disse que o bom senso é a coisa do mundo que se acha mais bem distribuída, tendo-lhe igualmente ocorrido que só entendimento é capaz de fazer ciência. Todavia, para levar adiante tal empresa, o autor defende que urge primeiro, destruir as opiniões e, depois, prudentemente, não confiar cegamente nos ensinamentos dos sentidos, tantas vezes ilusórios e falsos”. Manuel J. Marmelo (1999). As Mulheres Deviam Vir com Livro de Instruções. Porto. Campo das Letras (adaptado).
a) Caracterize a atitude científica, tendo em atenção o texto.
b) O sociólogo, para garantir o rigor da atitude científica, recorre a um conjunto de regras de observação. Indique duas dessas regras.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sean Kinsgton

Sean Kinsgton: “Beautiful girls”
Refrão:
 És uma rapariga demasiado bonita e é por isso que nunca resultará.
 Farás com que me suicide quando disseres que acabaste.
 Que se danem todas as raparigas bonitas, apenas
 Se querem fazer mal, irão fazer com que se
 Suicidem quando disserem que acabou.

 Vi a começar no parque, estava frio de noite
 Oh! Quando me roubaste o coração, foi quando nos
 Separamos, mas ambos pensávamos que o amor durava sempre.
 Diziam que éramos novos demais para nos precipitarmos
 Não quisemos saber, tornamo-lo muito claro, eles também diziam que não dormíamos juntos

 Ela é divina, uma num milhão, mas mexeu com a minha cabeça, começou a declinar. Meu Deus, ela está me a deixar maluco.

 És uma rapariga demasiado bonita e é por isso que nunca resultará.
 Farás com que me suicide quando disseres que acabaste.
 Que se danem todas as raparigas bonitas, apenas
 Se querem fazer mal, irão fazer com que se
 Suicidem quando disserem que acabou.
 Foi em 99, vendo filmes todo o dia, quando eu cometi o meu primeiro crime, não pensávamos que nos voltaríamos a ver.
 Oh quando saí, mudei-me para Sul para estar com a rapariga que pensava ser o meu mundo.
 Vim a descobrir que ela não era a certa para mim.
 Ela é divina, uma num milhão, mas mexeu com a minha cabeça, começou a declinar. Meu Deus, ela está me a deixar maluco.
 És uma rapariga demasiado bonita e é por isso que nunca resultará.
 Farás com que me suicide quando disseres que acabaste.
 Que se danem todas as raparigas bonitas, apenas
 Se querem fazer mal, irão fazer com que se
 Suicidem quando disserem que acabou.
 Agora estamos mal, discutimos, diz me porque me sinto mal, não sei como melhorar.
 Agora consigo acreditar no que os meus olhos vêm, está me a enlouquecer
 És uma rapariga demasiado bonita e é por isso que nunca resultará.
 Farás com que me suicide quando disseres que acabaste.
 Que se danem todas as raparigas bonitas, apenas
 Se querem fazer mal, irão fazer com que se
 Suicidem quando disseram que acabou.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Beautiful Girls - Sean Kinsgton

JR! Sean Kingston!You're way too beautiful girlThat's why it'll never workYou'll have me suicidal, suicidalWhen you say it's overDamn all these beautiful girlsThey only wanna do your dirtThey'll have you suicidal, suicidalWhen they say it's overSee it started at the parkUsed to chill at the darkOh when you took my heartThat's when we fell apartCoz we both thoughtThat love lasts forever (lasts forever)They say we're too youngTo get ourselves sprungOh we didn't careWe made it very clearAnd they also saidThat we couldn't last together (last together)See it's very divine, girlOne of a kindBut you mush up my mindYou walk to get declinedOh Lord...My baby is driving me crazyYou're way too beautiful girlThat's why it'll never workYou'll have me suicidal, suicidalWhen you say it's overDamn all these beautiful girlsThey only wanna do your dirtThey'll have me you suicidal, suicidalWhen they say it's overIt was back in a 99Watchin' movies all the timeOh when I went awayFor doin' my first crimeAnd I never thoughtThat we was gonna see each other (see each other)And then I came outMami moved me down SouthOh I'm with my girlWho I thought was my worldIt came out to beThat she wasn't the girl for me (girl for me)See it's very divine, girlOne of a kindBut you mush up my mindYou have to get declinedOh Lord...My baby is driving me crazyYou're way too beautiful girlThat's why it'll never workYou'll have me suicidal, suicidalWhen you say it's overDamn all these beautiful girlsThey only wanna do your dirtThey'll have you suicidal, suicidalWhen they say it's overNow we're fussin'And now we're fightin'Please tell me whyI'm feelin' slightedAnd I don't knowHow to make it better (make it better)You're datin other guysYou're tellin' me liesOh I can't believeWhat I'm seein' with my eyesI'm losin' my mindAnd I don't think it's clever (think it's clever)You're way too beautiful girlThat's why it'll never workYou'll have me suicidal, suicidal, suicidal...

sábado, 27 de setembro de 2008

A Moda como Fenómeno Social Total

A Moda enquanto fenómeno social total
Com o passar do tempo, a moda tem vindo a influenciar cada vez mais as gerações actuais. Hoje, mais do que nunca, assistimos à obsessão das pessoas pela imagem, o que faz com que todas pareçam iguais, autênticas cópias e clones umas das outras. A variedade e a inovação dos designers actuais tornam as suas criações mais atractivas para os mais variados tipos de público. Os media têm um papel fundamental na divulgação das novas tendências e das marcas, através da publicidade televisiva, radiofónica e em acontecimentos sociais dirigidos aos consumidores, como por exemplo, desfiles de moda. Na maioria da vezes as marcas são promovidas por figuras públicas de todos os campos sociais, em anúncios e telenovelas, como por exemplo, “Morangos Com Açúcar”. O elevado capital envolvido, quer na produção das peças, na mão-de-obra qualificada e/ou explorada, quer na divulgação das marcas através da publicidade transmitida pelos meios de comunicação. Este fenómeno não tem só repercussões positivas. As relações entre as pessoas podem e são afectadas por esta “corrida” global atrás das novas tendências. Por exemplo, num grupo de amigos é frequente os elementos tentarem afirmar-se segundo o que vestem e calçam, garantindo a sua superioridade e o seu estatuto perante os pares.

Realizado por Rita Tavares, Raquel Barata, Laura Couto e Diana Gomes

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ruptura com a forma de conhecimento não científico

ANO: 12.º ANO TURMA: D DISCIPLINA: SOCIOLOGIA
Proposta: discussão de uma frase “provocatória”
Objectivos:
Ø Contactar a realidade social confrontando-a com questões importantes da vida social;
Ø Sensibilizar para a “ruptura” com a forma de conhecimento não científico
Frases “provocatórias”:
Ø “As mulheres não devem ocupar cargos de chefia, a não ser em casa!”
Ø “A geração actual é rasca!”
Ø “Cada macaco no seu galho”
Ø “No meu tempo é que era bom!”
Estratégias:
Ø A discussão deverá começar com uma votação a favor ou contra, devendo, em seguida, organizar-se dois subgrupos, em cada grupo, defensores de cada uma das posições votadas;
Ø Cada grupo deverá encontrar argumentos para defender a sua tomada de posição;
Ø Apresentação dos argumentos dos respectivos grupos;
Ø Debate de ideias
Ø Apresentação no final uma súmula dos argumentos e contra-argumentos, daquilo que é senso comum, do que deverá ser o procedimento do cientista social face ao seu objecto de estudo, do que pode estar “por detrás” das ideias apresentadas.

sábado, 13 de setembro de 2008

e-mail do professor

fernandomfrsilv@gmail.com

Boas vindas

Bom ano escolar! Bom trabalho!
Inicia-se agora a nossa viagem pelo rio social, através da embarcação da Sociologia.
Como ciência autónoma do social, nasceu em 1839, no momento em que Auguste Comte forja o termo e lhe concede carta de alforria.
A complexidade das ciências actuais exige, aos cidadãos, uma adaptação às mudanças mas também a capacidade de tomar decisões de forma autónoma e criativa.
A Sociologia permite, estudando as relações sociais, compreender as sociedades contemporâneas e, pondo de parte a visão pessoal do mundo, desenvolver o espírito crítico e a tomada de decisões.
"A Sociologia não é apenas um corpo intelectual e abstracto, mas algo que pode ter implicações práticas na vida das pessoas", devendo-se "abordar a disciplina de uma forma imaginativa e relacionar ideias e conclusões com situações da nossa própria vida".
O professor da disciplina: Fernando Manuel Ferreira Rodrigues Silva