segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Objecto da Sociologia

Sociologia 12D – 2008/10/7
I - O objecto da Sociologia: os factos sociais (Durkheim); a acção social (Max Weber).
Facto social: é todo aquele facto que decorre da vida em sociedade (p. ex. casamento, divórcio, emigração, desemprego).
Factos sociais: são factos decorrentes da vida em sociedade e traduzem-se por maneiras gerais de agir, pensar e sentir “impostas” pela sociedade em que ocorrem.
Características dos factos sociais: relatividade, exterioridade e coercitividade.
 Relatividade (o acto de roubar, cumprimentar, saudar);
 Exterioridade (roupa que usamos – moda -, a alimentação que praticamos, comportamentos de grupo);
 Coercitividade (a sociedade impõe certos “modelos de comportamento”, “fardas” para os militares, certas “funções” ligadas ao género).
Acção social: é todo o comportamento humano ao qual o actor (indivíduo ou grupo) atribui um significado e um sentido que resulta e interfere na estrutura social.
II – Produção do conhecimento científico em Sociologia: senso comum e conhecimento científico.
 A tradição e o senso comum dizem que:
o A chegada das cegonhas relaciona-se com o nascimento dos bebés;
o As mãos frias correspondem a coração quente;
o O carácter de uma pessoa transparece no rosto;
o As gripes são causadas pelo frio e pelos pés molhados.
 A investigação científica e o conhecimento científico dizem que:
o Não existe correlação definida entre a chegada das cegonhas e o nascimento dos bebés;
o As mãos frias podem ser consequência da temperatura fria ou de má circulação sanguínea;
o Não existe correlação definida entre as características faciais e as da personalidade;
o As gripes são causadas por vírus, embora a exposição ao frio possa diminuir a resistência dos indivíduos.
III – Os principais obstáculos à produção do conhecimento científico são: o senso comum, a familiaridade com o social, a ilusão da transparência do social e as explicações de tipo naturalista, individualista e etnocentrista.
 Senso comum: “sempre foi assim”;
 Familiaridade com o social: “só sei que nada sei”;
 Ilusão da transparência do social: “é preciso ler nas entrelinhas” e “não tive sorte: não me saiu o euro milhões”;
 Naturalista: “fazer analogia da Sociologia com a Biologia (utilizando a metáfora do “corpo humano”);
 Individualista: “eu só compro o que quer” e “eu sou dono do meu próprio nariz”;
 Etnocentrista: “tudo o que não se adequa à «sua cultura» é mau, inferior, não civilizado, inculto, baixo”
TEXTO: “Acho que foi Descartes quem disse que o bom senso é a coisa do mundo que se acha mais bem distribuída, tendo-lhe igualmente ocorrido que só entendimento é capaz de fazer ciência. Todavia, para levar adiante tal empresa, o autor defende que urge primeiro, destruir as opiniões e, depois, prudentemente, não confiar cegamente nos ensinamentos dos sentidos, tantas vezes ilusórios e falsos”. Manuel J. Marmelo (1999). As Mulheres Deviam Vir com Livro de Instruções. Porto. Campo das Letras (adaptado).
a) Caracterize a atitude científica, tendo em atenção o texto.
b) O sociólogo, para garantir o rigor da atitude científica, recorre a um conjunto de regras de observação. Indique duas dessas regras.

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